O ingresso cada vez maior de mulheres no mercado da construção civil está sendo impulsionado pela falta de mão de obra masculina e pela demanda crescente da indústria. São serventes, carpinteiras, ajudantes de obra, pedreiras, soldadoras, técnicas em segurança do trabalho e engenheiras. Elas se misturam aos homens com naturalidade e em condições de realizar as tarefas com tanta competência quanto os trabalhadores.

Existem diferentes levantamentos sobre o tema, mas o crescimento da força de trabalho feminina no setor é evidente em todos eles. Para o analista de Recursos Humanos da MIP Edificações, Fabrício Antônio Bicalho, a movimentação de mão de obra feminina é natural. “No atual cenário econômico na construção civil, percebe-se a escassez de mão de obra masculina e, em contrapartida, vemos uma ascensão das mulheres nesses diversos setores”, observa.

Segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em 2010, as mulheres já somavam mais de 200 mil trabalhadoras com carteira assinada no País, quase o dobro do registrado em 2006, e 8% do total da construção civil.

Para o diretor de operações da MIP Edificações, Márcio Afonso Pereira, a contratação de mulheres na empresa surgiu para suprir a falta de mão de obra masculina e o resultado superou as expectativas. “As mulheres são atenciosas, detalhistas, cuidadosas ao manusear os equipamentos e se adaptaram bem nesse mercado, que era exclusivamente masculino”, destaca.

Em 2011, 1,41 milhão de mulheres ingressaram no mercado formal de trabalho pela primeira vez. O número de admissões para primeiro emprego nesse período mostra expansão e força da mão de obra feminina, pois, em 2010, 1,32 milhão de trabalhadoras tinham sido contratadas pela primeira vez, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O número de mulheres no mercado de trabalho tem crescido, conforme mostram os dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do MTE. Em 2002, o mercado contava com 11.418.562 mulheres formalmente empregadas e, em 2011, passou para 19.206.197.

Os maiores aumentos de salário de admissão das mulheres por grau de instrução ocorreram nos níveis de escolaridade mais baixos, de analfabetas (4,9%) até ensino fundamental completo (2,96%). Quanto à média salarial, as mulheres tinham remuneração média de R$ 1.271,95, em 2002, e de R$ 1.553,44 em 2010.

Em 2010, a Rais mostra que o Estado de São Paulo contava com o maior número de mão de obra feminina dentre todas as unidades da Federação: 5.343.083 mulheres com vínculo formal de trabalho, em um universo formado por mais de 18 milhões de trabalhadoras em todo o País. Nesse Estado, 2.330.756 trabalhadoras estavam empregadas no setor de serviços; 1.074.239 no comércio; 992.360 na administração pública; 807.928 na indústria da transformação; 66.653 na agropecuária; 50.438 na construção civil; 18.743 em serviços industriais e de utilidade pública; e 1.966 no extrativismo mineral.

Fonte: http://bit.ly/1pZmhYp e Ministério do Trabalho e Emprego