Para a construção da primeira torre corporativa do Parque da Cidade, empreendimento de uso misto atualmente em execução em São Paulo, projetistas e engenheiros da Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR) dedicaram tempo e esforço no desenvolvimento de uma solução estrutural que pudesse abreviar os ciclos de concretagem e reduzir a quantidade de homens no canteiro.

Para atender ao projeto arquitetônico, que previa vãos livres de até 12 m, a saída que apresentou melhor custo-benefício foi combinar pilares moldados in loco com fôrmas metálicas, vigas pré-moldadas produzidas em uma central de pré-moldados instalada no canteiro e lajes alveolares protendidas de 21 cm de altura pré-fabricadas. “A obra acabou se transformando em uma grande montagem, com vigas e lajes sendo içadas por gruas”, conta Eduardo Frare, diretor de construção da OR. Para solidificar tudo isso, foi utilizada uma capa de 5 cm de concreto, deixando as lajes com espessura final de 26 cm.

Como resultado dessa combinação, a construtora conseguiu trabalhar com seis dias de ciclo de concretagem na execução da estrutura. Se utilizasse um sistema construtivo convencional, inteiramente moldado in loco, o ciclo seria de oito a dez dias. Também foi possível reduzir entre 30% e 40% o custo com mão de obra dedicada a essa etapa, segundo cálculos da construtora.

Outros ganhos foram detectados em função do melhor acabamento proporcionado pelos elementos pré-fabricados e pelo uso de fôrmas metálicas, no caso das peças produzidas em obra. “A precisão reduziu o retrabalho com arremates finais e impactou positivamente outros serviços, como os revestimentos”, revela Frare.

A industrialização nas obras da primeira torre corporativa do Parque da Cidade não se limitou à estrutura. Visando a reduzir a quantidade de atividades realizadas dentro do canteiro e, consequentemente, a mão de obra envolvida, foram empregados banheiros prontos e fachada com pele de vidro unitizada. No caso do banheiro, etapas como a colocação de bancadas, instalação de forro, iluminação e instalações foram transferidas para a indústria. Além da eliminação de custos indiretos, a solução permitiu, ainda, reduzir 230 itens que seriam gerenciados pelo setor de compras e pelo almoxarifado a um único fornecedor.

Engenharia holística O diretor de engenharia da OR conta que para chegar a tais resultados foram determinantes o investimento em engenharia, no desenvolvimento de projetos, em estudos de logística no canteiro e, principalmente, em equipamentos. “Parte do que reduzimos com mão de obra reinvestimos em equipamentos e em capacitação dos operários”, conta Frare, revelando que no final das contas, o ganho financeiro proporcionado pela opção estrutural foi de 2% a 4% em relação ao sistema convencional.

Para a construção da torre corporativa do Parque da Cidade foram utilizadas três gruas, sendo uma convencional e duas reticuladas. O dimensionamento e a especificação dessas máquinas se respaldaram em um estudo de logística realizado em parceria com professores da Poli-USP. O objetivo foi compreender a produtividade real de cada equipamento, buscando maximizar a eficiência e evitar gargalos de produção.

Segundo Frare, em obras preocupadas com a produtividade como a do Parque da Cidade, é fundamental que a tomada de decisão aconteça com base em estudos consistentes, ou corre-se o risco de não atingir os resultados almejados. “Não adianta investir em uma tecnologia como a de banheiro pronto, se você não prevê o acesso do caminhão que irá descarregar os módulos ou mesmo os equipamentos adequados para o içamento”, alerta o engenheiro. Ele diz ainda que os projetos também precisam ser desenvolvidos considerando a possibilidade de industrialização. “A produtividade se perde quando se esquece, por exemplo, que o tamanho dos vãos deve permitir a entrada dos banheiros prontos”, exemplifica.

O Parque da Cidade é um empreendimento imobiliário de grandes proporções às margens do Rio Pinheiros, composto por cinco torres corporativas, um prédio comercial e dois residenciais, shopping e hotel, além de espaço de lazer com restaurantes, bares, ciclovia e pista de cooper. Atualmente encontram-se em construção a primeira torre corporativa (com lajes mais amplas) e uma torre de escritórios, que terá 612 unidades.

Fonte: http://bit.ly/1thHcXS